QUAL O PREÇO DE UMA ESTAMPA?
31 outubro 2015 at 18:07 8 comentários
Não existe uma resposta única para esta pergunta, já que é necessário considerar diferentes fatores para estabelecer o valor deste tipo de trabalho. Antes de tudo, é importante lembrar que existem 2 tipos de estampa: as estampas corridas (padronagens impressas) e as estampas localizadas (não apenas as estampas para camisetas e outros itens, mas também os falso-corridos e as estampas de engenharia) — apenas as estampas corridas exigem a compreensão e domínio de técnicas de rapport em sua elaboração.
Para estabelecer o preço de uma estampa, além de seu tipo, é igualmente importante levar em conta fatores como: dimensão do desenho/imagem (quanto maior, mais cara), grau de complexidade (quanto mais elaborado, mais caro) e sistema de impressão (sobretudo no caso de o fechamento do arquivo para serigrafia e cilindro ficar a cargo do designer — as “artes-finais” para estes dois sistemas são mais trabalhosas). Existem ainda outros aspectos que podem ser considerados como: desenhos feitos à mão livre ou diretamente no computador, arquivos vetoriais ou arquivos de imagem, valor por hora ou valor pelo serviço, os segmentos de mercado (moda, decoração, papelaria…), etc. Assim, no momento de definir um orçamento, é fundamental atentar para todas as variáveis referentes à proposta que será entregue ao cliente.
No Brasil, não existe uma tabela oficial específica para design de estamparia, muito provavelmente por conta dos diversos fatores acima e seus desdobramentos. Entretanto, a título de referência, a SIB (Sociedade dos Ilustradores do Brasil) disponibiliza em seu site uma tabela, atualizada no segundo semestre de 2011, na qual os valores médios de estamparia para moda oscilam de R$ 450,00 a R$ 6.500,00. É possível perceber que entre o valor mínimo e o máximo existe uma grande curva que procura abranger toda a gama de variações possíveis.
A fim de corrigir o menor valor da tabela mencionada acima, considerando o ano de 2015, o mercado de moda e o desenvolvimento de estampas corridas, pode-se elevá-lo para R$ 600,00. Deste modo, teríamos valores médios razoáveis compreendendo desde estampas pequenas e simples até estampas de grandes formatos e bastante elaboradas.
Link para a tabela de valores da SIB: http://sib.org.br/wp-content/uploads/2013/08/irv_sib_2011.pdf
Este artigo foi publicado originalmente na 3ª edição do livro Alma Brasileira, em outubro de 2015.
Entry filed under: design, design de superfície, divulgação, estampa, estamparia, estampas, livro, pattern, patterns, prints, surface design. Tags: 3º prêmio estampa brasil, Alma Brasileira, artigo, concurso, divulgação, livro, livros, prêmio estampa brasil, prêmio estampa brasil 2015, wagner campelo.
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1.
Vivian MorMac | 1 novembro 2015 às 19:37
Muito bom Wagner! Seus artigos sempre úteis e interessantes.
Obrigada
2.
Wagner Campelo | 2 novembro 2015 às 11:22
Fico contente que o post tenha tido utilidade pra você, Vivian!
Obrigado pela visita e comentário.
Abraço.
3. O valor de uma estampa. Você sabe? | Adoro Estampas | 4 novembro 2015 às 10:49
[…] nisso o querido professor Wagner Campelo publicou uma matéria sobre o assunto, que veio esclarecer como são cobradas as estampas feitas […]
4. [Artigo] Quanto cobrar por uma estampa? – Janaina Ramos Estúdio Design | 23 fevereiro 2017 às 8:45
[…] Wagner. QUAL O PREÇO DE UMA ESTAMPA?. 2015. Disponível em: < https://padronagens.wordpress.com/2015/10/31/qual-o-preco-de-uma-estampa/> Acesso em: 23 fev. […]
5.
Carlos Alberto Migliorin | 15 dezembro 2017 às 21:19
Alô Wagner, sou desiner e adoro criar estampas. Seu artigo foi muito útil. Abraço
6.
Wagner Campelo | 18 dezembro 2017 às 11:05
Olá, Carlos Alberto!
Fico contente em ter ajudado de algum modo.
Abraço!
7.
Marko Carneiro | 23 março 2019 às 10:41
Kkkk valor mínimo R$450,00. Diga isso pro designer que estragou o mercado vendendo estampas a 20 reais.
8.
Wagner Campelo | 6 maio 2019 às 15:38
Marko, o post em questão DIZ isso não apenas aos “designers” que vendem estampas a preços absurdamente baixos, mas também aos que, por acaso, ainda pensam em tirar partido dessa prática nociva. Essas pessoas não só estão “cavando a própria cova”, bem como cavando a cova dos designers sérios.